Cultura Coluna do Ernâni
Consciência Negra & Ciclos Aplaianos de Cultura
ERNÂNI GETIRANA (@ernanigetirana) é professor, poeta e escritor. É autor de inúmeros livros, dentre eles “Debaixo da Figueira do Meu Avô”. É membro da APLA, ALVAL, UBE-PI e do IHGPI.
22/11/2025 09h27 Atualizada há 2 horas
Por: Gustavo Mesquita

 

Povo Preto, casa de palha

A Barragem de seu Lauro Cordeiro, construída ali por volta dos anos 1930, durante muito tempo foi um dos pontos mais visitados pelo povo de Pedro II. No começo só o povo preto e pobre tomava banho em suas águas.

Era o povo que, com o passar do tempo, começou a construir casebres nas imediações da barragem. Eram em sua esmagadora maioria palhoças (casas de palha, como eram conhecidas estas moradias).

Seus moradores eram conhecidos como ‘o povo preto’. Eram famílias com uma média de cinco, seis, oito pessoa que viviam em condições precárias, alimentando-se de frutas (mangas, cajus, etc.), caça e pesca. Viviam de pequenos trabalhos.

Os homens faziam biscates na cidade, as filhas mais velhas serviam de cozinheiras (as ‘curicas’) nas ‘casas de família’, as crianças maiores davam recados também para essas famílias abastadas. Eram os ‘meninos de recado’. 

Se se fizesse hoje em dia uma pesquisa mais apurada, provavelmente essas zonas habitadas pelo povo preto seriam classificadas como ‘quilombos’. Como muitas crianças tinham a pele negra e o cabelo liso, a conclusão óbvia é a de que seus antepassados teriam sido negros e índios, mistura cujos descendentes os estudiosos chamam de ‘cafuzos’.

Para ver o quanto há para ser pesquisado nas imediações do Jardim de Alice, não é mesmo?

(20 de Novembro, 2025, ‘Dia da Consciência Negra’- texto que comporá o livro “O Jardim de Alice”, com previsão de lançamento para 1º semestre de 2026).

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CICLOS APLAIANOS DE CULTURA

Dando prosseguimento ao exitoso projeto “Ciclos Aplaianos de Cultura” promovido pela APLA – Academia Pedro-segundense de Letras e Artes, em parceria com o Memorial Tertuliano Brandão Filho, na cidade de Pedro II, PI, o acadêmico da APLA , professor e poeta Pedro Barros proferiu a palestra de ontem (20/11): “Leitura e Identidade: construindo quem somos através dos livros”. Contando com o público costumeiro, o referido acadêmico contagiou a todos que o escutavam.

Na sexta, 21/11, a palestra proferida foi de ordem dupla: Viriato Campelo e Aci Campelo, ambos pertencente aos quadros da APLA. O primeiro, médico e membro da Academia Piauiense de Ciências e o segundo, famoso teatrólogo piauiense. O tema da palestra foi: “Produção Poética, Musical e Teatral na Década de 1970 em Teresina, PI”.

Os Ciclos Aplaianos de Cultura, primeira edição, encerrar-se-ão nessa SEGUNDA-FEIRA, 24/11, com a palestra: “As Faces de Eros: os limites do erotismo e da pornografia na História da Arte” (com indicação etária de 16 anos). 

José de Arimatéa Junior, professor de Arte, artista gráfico, desenhista, ilustrador de renome será o palestrante da vez.

Como sabido, os CICLOS APLAIANOS DE CULTURA acontecem na sede da APLA, no Memorial Tertuliano Brandão Filho (próximo à Praça do Recanto e à Casa Amarela).

Equipe de apoio: Isabel Cruz, Aldenira Martins, Raimundo Silva, Marlene Rodrigues, Socorro Almeida, Claísse Sales, Zeneide Campelo, Rosa Lima,  Tomaz (vigia do Memorial TBF).

Dessa forma, a Academia de Letras e Artes de Pedro II conclui sua penúltima atividade cultural do ano que se encerra, 2025, pois a última será dia 30/11, às 17h no Memorial Tertuliano Brandão Filho, para o lançamento do livro POESIARAMA de poemas do poeta pedro-segundense radicado em Recife, Eduardo Albuquerque.

(Fotos: APLA, Eduardo Albuquerque)

ERNÂNI GETIRANA (@ernanigetirana) professor, poeta e escritor. Autor, dentre outros livros, de “Lendas de Pedro II” e “Debaixo da Figueira do Meu Avô”. Escreve para o Portal P2 aos sábados.