Vivenciamos por estes dias o maior, o mais midiático, o mais completo festival já havido em terras piauienses. Estamos falando do Festival de Inverno de Pedro II.
Em sua 19ª edição nesse ano de 2025, o festival só deixou de ocorrer durante a pandemia por Covid.
Já escrevemos em muitos outros lugares que o Festival de Inverno de Pedro II é fruto de uma série de acontecimentos sociais, históricos e culturais ocorridos ao longo de décadas no município.
Os acontecimentos culturais citados, como que testaram as possibilidades reais de a cidade de Pedro II sediar um festival dessa monta.
A 1ª edição, já entrou para a História. O ano era 2004, governo Carlos Braga, tendo à frente como proponentes e mentores do evento o advogado Eduardo Filho e o engenheiro e músico Júlio Medeiros (mais uma rede de amparo composta pela prefeitura local, SEBRAE, Governo Estadual, Governo Federal, entidades locais).
Um casal de Guaramiranga, CE, veio prestar a consultoria a uma equipe local afiadíssima (mais de 40 pessoas), tudo isso contribuiu para que desde o seu início o festival fosse exitoso. Fiz parte dessa reunião, vi o Festival de Inverno nascer.
Dei a ideia ao prefeito de que se editasse um jornalzinho comemorativa. Assim foi feito e editamos o MINHA TERRA NOSSA, que continha uma mensagem de Carlos Braga, alguns textos e desenhos meus, de Érico Gomes, e de outras pessoas que assim o quiseram. É a única fonte escrita daquele evento, um verdadeiro documento histórico na atualidade.
Cada uma, cada um que participou de edições do Festival tem suas histórias para contar. Eu devo ter umas cem. Inclusive escrevi um livro intitulado “Dez anos do Festival de Inverno de Pedro II e Outras Histórias”. Preciso atualizá-lo!
Hermeto Pascoal, o mago do som, foi a primeira atração da 1ª edição do festival, em 2004, tocando seu piano de calda no palco ainda baixinho, um tablado, rodeado de ouvintes, eu inclusive, e tendo que parar e pedir para que os donos de bares desligassem o som só por alguns minutos. Não foi atendido e continuou tocando sua bela música, numa chaleira contendo água, inclusive.
Ainda tenho o autógrafo do mago da música em uma das tábuas ‘sobrantes’ dos ‘calços’ do seu piano ali pousado ali no palco, como uma nave alienígena. O fotógrafo Pipiu, de saudosa memória, documentou esse evento musical.
Ao longos das edições, as passagens de som de muitas bandas, a vinda do Stanley Jordan (!) com o amigo Armandinho. Gal sendo Gal num show fenomenal. Jorge Ben Jor, Gadú, Ducan, Garrido, Fagner, Baleiro, Milton, Venturino, Marron, João Bosco, etc, etc etc. Enfim, como diria o outro (quem ainda virá?),’ são muitas emoções’.
Há aspectos do festival que devem ser melhorados? A resposta é sim. Em cada edição essa pergunta vem nos rondar. Eu, de minha parte, proponho que voltemos a realizar as oficinas de arte (fui atendido parcialmente, haverá oficinas em 2025) e cultura pedro-segundenses (que tanto brilharam na primeira edição).
Nessa semana meu foco foi falar sobre o Festival de Inverno de Pedro II para meus alunos e alunas na disciplina “História e Geografia de Pedro II”.
Eu, aliás, estou concluindo um livro que pretendo lançar no segundo semestre no qual o Festival de Inverno de Pedro II e mais dezenas e dezenas de fatos e eventos acontecidos no município estão relatados e fotografados. O livro chama-se “História, Geografia e Literatura de Pedro II, Piauí”
PS. A APLA – Academia Pedro-segundense de Letra e Artes está com um stand na praça de eventos da Igreja (Praça Domingos Mourão) com venda de livros, conversa com autores/autoras, sessão de autógrafos, papo bom, leitura de poesia, além de um painel contando a história de nosso município de Pedro II de uma forma sintética, lúdica e didática.
Sem mais delongas, um feliz festival a todo(a) o(a)s pedro-segundenses, visitantes e turistas.
ERNÂNI GETIRANA (@ernanigetirana) é professor aposentado do estado (ainda leciona na rede municipal de educação), poeta e escritor. Presidente da APLA – Academia Pedro-segundense de Letras e Artes, membro da UBE-PI, ALVAL e do IHGPI. Formado em Letras pela UFPI, onde também fez mestrado. Membro fundador do Coletivo P2. Pertence aos coletivos ‘Amigos da Literatura’ e Coletivo Literário de São Benedito, CE. É autor, dentre outros, dos livros de “Debaixo da Figueira do Meu Avô” e “Lendas da Cidade de Pedro II”. Atualmente prepara três novos livros, dente estes “História, Geografia e Literatura de Pedro II, Piauí” (livro didático para escolas de Pedro II). Escreve aos sábados para o Portal P2. Por conta do Festival, excepcionalmente publica a coluna nesta quinta-feira.
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