O início
Nem bem a saudade do exitoso ‘Festival de Inverno de Pedro II’ (FIPII), 18ª edição, chegou e já nos aparece na esquina da cultura o ‘Salão do Livro do Piauí’ (SALIPI) em sua 22ª edição.
Ambos os eventos, além de longevos, são, sem sombra de dúvidas, os dois eventos culturais e midiáticos de maior monta por todo este estado de Da Costa e Silva.
Que o Piauí possui uma cultura rica e diversificada não é novidade para ninguém. A questão central é que quase todo mundo diz isso, mas fazer acontecer mesmo os eventos culturais é que são elas.
O professor Cineas Santos escreveu(*) sobre o nascedouro do salão:
“MANHÃ DE MARÇO DE 2003. Sem aviso prévio, entram na Oficina da Palavra os professores Luiz Romero, Wellington Soares e Nílson Ferreira. Os três mosqueteiros vinham apresentar-me uma “boa ideia” e esperavam, naturalmente, contar com a minha pronta adesão. Queriam retomar o projeto Língua Viva, tocado por mim, a duras penas, durante cinco anos. Wellington queria algo mais ousado: pretendia criar um salão de livros no Piauí. A ideia era realmente muito boa, faltava apenas encontrar quem se dispusesse a bancá-la. Ressabiado com a dolorosa experiência do Língua Viva, comentei em tom de blague: por favor, incluam-me fora disso”.
Pois os três mosqueteiros não apenas dobraram o velho Cineas, como foram dobrando um(a) a um(a) dos que se ‘opunham’ ao SALIPI. Governadores, inclusive.
A princípio o salão funcionou no Centro de Convenções, depois na Praça Pedro II e atualmente acontece no espaço Rosa dos Ventos da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
Importância do SALIPI
Acho que é inquestionável a necessidade de realização de eventos como o Festival de Inverno de Pedro II e o Salão do Livro do Piauí. E por quê? Afinal há tantos eventos bacanas acontecendo por aí, com tantas bandas bacanas, tanta animação, tanta...
Aqui precisamos pôr os pingos nos ii. Há uma diferença gritante entre diversão pura e simples e diversão com informação significativa, com arte (literatura, dança, teatro, música, poesia, etc.) a que todas as pessoas têm direito.
Uma imersão no SALIPI pode significar nos arriscarmos a mudar nossas vidas para melhor. Significa nos arriscarmos a abrir outras dimensões humanas, novos lugares de conhecimento e curiosidade. Alargarmos nossas fronteiras interiores.
Por isso os organizadores do salão sempre apostaram no público infantil. Crianças não podem andar sozinhas, logo vão ao salão na companhia dos pais ou familiares. Quer dizer, os pequenos ‘forçam’ os adultos a comparecerem e, quem sabe, se reencantarem com a leitura, com as artes, exercitando, assim, a criança que um dia foram.
O SALIPI mexe com nossa criança interior e nos revigora a alma.
Em sua 22ª edição, cujo slogan é “A Leitura é um Estado de Graça”, faz alusão à homenageada desse ano: a professora Maria das Graças Targino.
Comemora também, o renomado salão, o centenário do intelectual piauiense Arimatéa Tito Filho, assim como os cem anos do escritor austríaco Franz Kafka, escritor austro-húngaro (nascido em Praga, hoje seria tcheco) autor, dentre outros livro de O Processo.
A APLA (Academia Pedro-segundense de Letras e Artes) se fará presente com a presença de alguns de seus membros a convite de um dos organizadores, o professor Luís Romero. Nossa participação se dará no dia 08 de junho, sábado, a partir das 19:30 h, no ‘Bate Papo Literário’.
E, claro, estaremos lá falando sobre o nosso também exitoso SALIP2 (Salão do Livro de Pedro II), ocorrido recentemente. Afinal de contas somos filhotes do SALIPI.
O SALIPI acontecerá de 7 a 16 de junho.
[*]Crônica de Cineas Santos, extraída do livro Bastidores do SALIPI – Breves histórias do Salão do Livro do Piauí editado pela editora Fundação Quixote em 2022, por ocasião das comemorações dos 20 anos do SaLiPi.
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